Então um bando de desocupados descobrem palavras que lhe desagradam e infernizam a vida de um cidadão comum – destes que só querem ter uma vida sossegada. Por não confiar em qualquer coisa relacionada a Justiça nesse caso, tomou providências por conta própria e simplesmente vai deixar a poeira baixar:
“Se o Pica Pau tivesse comunicado a polícia, isso nunca teria acontecido.”
Esse era o insistente comentário do agente do FBI, num dos poucos episódios em que Pica Pau não é o mau caráter, mas sim Zeca Urubu. O gatuno (ou seria “avuno”?) descobre no jornal que Pica Pau, endinheirado, está em busca de riquezas.
E faz de tudo para limpar seu bolso, convencendo-o que existe uma “ilha do tesouro”. Sequência de picaretagens: Zeca Urubu é o capitão do navio – com escalas na Ilha do Natal e Ilha de Páscoa, onde desembarcam Papai Noel e o coelho; Zeca Urubu constrói uma “cidade de mentira”, onde tem pedágio, loja de ferramentas, um quiosque com a “parte 2” do mapa…
Facilmente Pica Pau vai gastando todas as suas economias, até encontrar o tesouro. Baús sucessivos o surpreendem – isso faz com que ele tenha que comprar diversas chaves do Zeca Urubu. “Esse é o meu último centavo”. “Não faz mal, esta é a última chave”. Diálogo que precede a “descoberta”: uma caixinha de música.
No final, Pica Pau deixa de ser bobo e consegue capturar Zeca Urubu, em uma alucinante cena de ação: a “ilha do tesouro” se transforma em uma gigantesca prancha de esqui aquático. A última fala é do agente do FBI, espécie de narrador do episódio: “este caso está arquivado”. E lá está o nosso herói, dentro da gaveta do arquivo. (Do episódio Bunco Busters, de 1955).
Estou ficando preocupado com vc…