Salvador (BA) – Depois de uma semana circulando na capital baiana, uma coisa ficou bem clara: se você tem cara de turista, é improvável não ser abordado por algum simpático nativo (ou antipática, dependendo do ponto de vista). Você pode até dar corda para os sujeitos – “baiano molesta mas não sequestra” – e deixar uns cinco ou quarenta reais nas mãos de cada um deles.
Ou você pode se “armar” contra esse povo, de uma forma bem prática: mantenha sempre consigo um “Kit Pelô em Salvadô”. Composto por uma simples fitinha do Senhor do Bomfim, espécie de “spam físico soteropolitano”!
É muito fácil conseguir uma dessas em Salvador. Converse com alguém que passeou pela cidade e peça uma fita de presente (eu devo ter umas vinte). Com sorte, baianas distribuem o regalo no saguão do aeroporto. Também dá pra pegar uma nas janelas e grades da igreja do Bonfim (nada me tira da cabeça que a maioria dos vendedores reaproveita as fitas amarradas lá). Por fim, é possível arrumar uma das mãos de um destes baianos descolados – mas cuidado.
Com uma fita em punho, amarre-a num diâmetro bem maior, de modo a tirá-la e colocá-la do punho direito quando desejar. Se preferir, mantenha um nó falso, para que ela permaneça presa enquanto estiver circulando pelas ladeiras e paralelepípedos do Pelourinho.
Pronto! Você acaba de colocar em seu braço um verdadeiro passaporte para a alegria. Pude constatar facilmente: os nativos percebem a fita no pulso do potencial cliente e desistem da abordagem. Afinal, o ato de amarrar a fita no pulso é o que estreita a confiança entre vendedor e vítima: se alguém já fez isso antes, não é preciso fazer de novo.
Funciona com a maioria dos vendedores. Apesar disso, existem alguns poucos insistentes: chegam com a fita e, mesmo diante das negativas, enchem o saco até o fim. “Mas é tradição, é um presente, aceite aí, sorria, você está na Bahia”… Nem tudo pode ser perfeito, mas é preciso ser forte. Ignore e recuse até o fim.
Enfim, minha semana em Salvador acabou. Mas não tenho dúvidas de que voltarei. Quando este dia chegar, levarei a fitinha comigo.
É barra mesmo; Salvador está ficando que nem o Rio em termos de bandidagem também. Leio muitas notícias de lá, onde tenho uma prima, Helena e o que ela tem me narrado, não é mole não. A segurança lá, tá o cáos. O governador Jaques Wagner parece que não tá melhorando em nada a segurança.
As fotos estão sensacionais!
Você tanto falou da Bahia e agora ainda deve estar preso na chuva e em mais um engarrafamento paulistano.
Não preferiria os malas da Bahia? Hein?
hehehehe… leve várias!
Ainda quero conhecer a Bahia… e comer acarajé!
Sem querer ser “estraga-prazer”, mas já ouvi dizer que a fitinha é usada pela maladragem de Salvador para “marcar” turistas (vulgo possíveis vítimas).