Não tive a oportunidade de trocar mensagens com o Aldemir Silva, mas nunca ignorei sua popularidade: sempre esteve entre os mais lincados e comentados em blogs e listas Brasil afora. Soube em uma troca de e-mails na lista Blogosfera que Aldemir tinha parte do fígado transplantado, e ainda estava na fila esperando por uma cirurgia definitiva. Há pouco mais de um mês, ele havia sido internado, em estado grave. Certamente todos os seus amigos, conhecidos ou mesmo aqueles que nunca ouviram falar transmitiram, em algum momento, alguma energia positiva.
Claro que ninguém espera pelo pior. As últimas linhas que ele escreveu remetem a alguém com muita energia e vontade de viver: “eu posso demorar, mas voltarei com força total. Sempre que possível estarei repassando notícias minhas. Dessa vez não farei previsões de retorno. Possivelmente estarei lendo e comentando em blogs. Chega de chororô… Eu odeio isso. Em breve estarei completamente recuperado e de volta às habituais discussões”.
Alguém que gosto muito me escreveu neste sábado, apontando este post do Doufer. Tem uma longa lista de feeds, inclusive deste espaço aqui. Eram as leituras esporádicas do Aldemir, que infelizmente se foi. O e-mail continuava assim:
Ele tinha 25 anos, e era leitor seu...
Quando eu falo pra você se cuidar, cuidar da sua saúde, é porque não quero ler esse tipo de notícia nunca sobre você. Todo mundo vai morrer, é fato, mas se você se cuidar, pode morrer bem velhinho.
Pode me chamar de chata, eu não ligo. Volte para a academia. Pare de comer porcarias. Trate de jantar mais em casa, como o seu pai mandou, porque ele quer o seu bem, como eu.
Um dia eu não vou mais me meter na sua vida, mas esse dia definitivamente não é hoje.
Notícias como essa não trazem apenas tristeza. Elas costumam embutir aquela perguntinha chata: o que estamos fazendo com a nossa vida?
Detesto quando morre alguém tão jovem =(
É mesmo diferente essa relação que liga autores de blogs aos seus leitores. E é bonito ver como as pessoas que nos amam ainda querem viver tantas coisas conosco.
É a vida sempre nos pregando essas surpresas, mas é realmente comovente a vontade que o Aldemir tinha de viver e de estar aqui..