Brasil quebra recordes no Pan do Mico. Mas calma!

Como Narazaki esteve enrolado com a cobertura do Pan durante os últimos 15 dias, o MMM reproduz aqui a coluna publicada no canal Opinião, da Gazeta Esportiva.Net, na última quarta-feira. De lá para cá, algumas previsões do nipônico furaram, outras correm o risco de furar. Mas a essência do texto ainda vale muito.

Obs: para saber mais sobre os personagens das fotos, clique sobre elas e confira o que disse Lello Lopes e seus companheiros de trabalho.

Posso queimar a língua, mas já garanto aos internautas da GE Net que o Brasil terminará em terceiro lugar nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo. A equipe soube aproveitar os desfalques e o menosprezo de EUA, Canadá e, até, Cuba, para assegurar um resultado histórico no Pan da gafe, ou melhor, o Pan do Mico.

Até a tarde de quarta-feira, o Brasil tinha 88 medalhas*, sendo 22 de ouro, uma folga de seis medalhas douradas para os canadenses na briga pelo terceiro lugar. Apesar de todas as críticas, o resultado deve ser muito festejado, já que em apenas duas edições dos Jogos (São Paulo-1963 e Winnipeg-1967) o Brasil terminou entre os três melhores no quadro geral.

Faltam apenas cinco dias para acabar os eventos em Santo Domingo e o Brasil dificilmente perderá a posição para os canadenses. Isso porque o país tem grandes chances de conquistar mais medalhas de ouros no vôlei masculino, no futebol feminino e masculino, na natação e no tênis de mesa. Já na canoagem, boxe, taekwondo, nado sincronizado, hipismo e patinação, os brasileiros devem subir ao pódio, mas com remotas chances do ouro.

Além do terceiro lugar, a nação também quebrará com folgas o recorde de medalhas em uma única edição do Pan. Até agora, o Brasil subiu 88 vezes ao pódio, 13 vezes a menos que em Winnipeg-1999, quando o país superou a marca centenária pela primeira vez. Do jeito que a coisa vai, acredito que o Brasil termina o Pan com aproximadamente 110 medalhas, e provavelmente com mais ouros do que em Winnipeg (25), nosso recorde até hoje.

Entretanto, toda a boa performance deve ser vista com muita cautela. No início do Pan, muitos ‘especialistas’ do esporte criticavam a falta de ouro, mas só esqueceram de lembrar que nas modalidades em questão (tiro, salto ornamental e ginástica artística), o Brasil tem pouca ou nenhuma tradição nos Jogos, quanto mais de conquistar o ouro.

A visão do dito ‘jornalista brasileiro’ mostrou-se mais uma vez limitada a apenas grandes conquistas. Temos de aprender a valorizar marcas como as conquistadas por Juliana Veloso e Cassius Duran, do salto ornamental, e de Rodrigo Bastos, do tiro, que igualou nada menos que o recorde mundial de sua prova, a fossa olímpica.

Com isso, a população foi levada a alguns equívocos. Falavam de amareladas e uma pesquisa no site, no terceiro dia do Pan, mostrou que até o internauta caiu no conto e achou o desempenho do Brasil ‘Rídiculo, estamos atrás até do Equador’.

Agora, estão criticando a debilidade do Pan. Realmente, o evento é fraco e poucas modalidades podem ser consideradas sérias e um bom parâmetro para as Olimpíadas de Atenas-2004. Já outros comentam que o Brasil é a nova potência esportiva. Calma, muita calma! Não é por aí, mas isso é assunto para outra coluna.

Por enquanto, podemos apenas avaliar que o atletismo ficou abaixo do esperado (quatro de ouro, três a menos que Winnipeg), principalmente nas provas de velocidade, já que enfrentava equipes reservas dos EUA. A ginasta Daniele Hypólito trouxe duas pratas e dois bronzes, mas poderia ter ido melhor na prova individual, em que ficou apenas em terceiro lugar, visto que a brasileira foi quarta colocada nessa mesma prova no Mundial de 2001.

As surpresas positivas ficaram por conta do tiro, do salto ornamental e do remo. Estas três equipes tinham poucas esperanças de subir ao pódio e trouxeram 12 medalhas no total. Nenhuma de ouro, é verdade, mas já subimos no pódio, um feito visto apenas duas vezes nas três modalidades em Winnipeg.

Para os brasileiros, também ficam as boas lembranças dos sucessivos triunfos sobre a Argentina. Foi assim nas duas finais do handebol, no remo (esporte que nuestros hermanos são os reis na América do Sul e fracassaram no Pan), no futebol feminino e até na natação, em que a Argentina pouco fez até agora.

Como se viu, a expectativa da briga com os argentinos ficou apenas até a véspera do Pan. Eles brigam pelo sexto lugar (com a Venezuela) e nós somos o terceiro. Pena que isso não representa a verdade suprema do continente. Afinal, em Atenas-2004, eu duvido que o Brasil sequer terá chances no handebol, remo, tiro, tênis de mesa e ginástica rítmica desportiva, que nos deram algumas alegrias neste Pan.

Mico 1 – Para o brasileiro, não há como esquecer todas as gafes cometidas contra nós durante todo o Pan. Logo na abertura, levaram uma bandeira completamente fora de padrão. No hino, eles, literalmente, executaram os acordes da canção de Francisco Manuel da Silva, com uma coisa que lembra marcha fúnebre. O constrangimento dos atletas brasileiros é notório. E, depois, eles vêm falar que isso é campanha brasileira só para enaltecer o Pan de 2007, no Rio? Fala, sério…

Mico 2 – Antes do Pan, a organização cansou de ser criticada pelo atraso nas obras. Com os Jogos em andamento, o que se viu foi um verdadeiro despreparo. Atletas reclamam na Vila Olímpica da falta de higiene e alimentação, do calor excessivo e do sistema de transporte. Em vários esportes, os locutores erram os nomes dos competidores. A programação foi mudada várias vezes durante o Pan e as competições de futebol, caratê e ginástica chegaram a ser paralisadas por falta de pagamento aos árbitros. É brincadeira…

Mico 3 – E o que falar da semifinal feminina de basquete em que um ponto fantasma apareceu do nada no placar ainda no primeiro quarto. Como todos devem saber, Brasil e EUA empataram no tempo normal e a reclamação agora ficará. Lógico que é irreal falarmos que o erro tirou o Brasil da final, mas que este ponto ajudou, ah, isso ajudou…

* Na noite de sexta, o Brasil já contava com 116 medalhas, sendo 27 de ouro, recorde absoluto. Número que pode aumentar até o fim deste sábado, último dia de disputas. Mesmo se o Canadá terminar na frente do Brasil, Narazaki reafirma: “o recorde de medalhas estabelecido pelo Brasil é proporcionado pelo aumento das provas e, principalmente, pelos desfalques das outras nações no Pan. Na maioria das modalidades, EUA e Canadá levaram equipes reservas à competição.

Já a equipe cubana, segunda maior potência do continente, priorizou alguns esportes, caso do boxe e beisebol, e sequer levou representantes em outras modalidades, como o handebol masculino, em que venceu o Brasil nas três edições anteriores do Pan.

Independente da terceira colocação em Santo Domingo, o Brasil chega ao Pan do Rio de Janeiro-2007 com um novo recorde medalhas a bater. Mas, é bom lembrar, o Pan está muito longe de ser igual às Olimpíadas…”.

Narazaki, que é fã declarado de Fernando Meligeni, vibrou com o ouro do revezamento, ficou indignado (e queimou a língua) com a medíocre atuação do vôlei masculino e lembrou que o futebol é o esporte com mais investimentos em nosso país…

E volta a escrever exclusivamente nesse espaço após os Jogos Pan-americanos de Santo Domingo.

Comentários em blogs: ainda existem? (7)

  1. Sem esquecer que o mesmo juiz desse jogo final, o jamaicano que é a cara do Ronaldinho, ajudou o Brasil na Copa, contra a Bélgica. Hoje ele compensou. E tinha que ser contra a Argentina…

  2. muitos micos, muitos…uhahaha. perder pra argentina é phoda com ph…a vanguarda da micagem!a bandeira do brasil eu não vi como ficou!! (onde tem a fot?)huahuahuahua mas a rita lee disse q ficou igual ao símbolo do cancer de mama! hahahahaeu li sobre “a festa…”. ah, eu gostei da sua dissertação. vc é bem mais “científico” pelo fato de vc ser jornalista. eu sou uma alucinada.enquanto a Hitchcock, minha vida está um “pacto sinsitro”! uhahuahuaha brinks.

  3. Ah, Marmota!!! Pra variar eu tento passar rapidinho por aqui e fico horas, lendo tudo, seus posts (no caso do Narazaki) e os links dele, e as suas “rapidinhas” em que eu fico um bom tempo…beijinho

  4. Fala Marmota!Estou muito feliz com os resultados que o Brasil vem obtendo no Pan. Eu como grande fã da natação – talvez por ter ficado de fora da equipe quando era mais jovem – estou satisfeitíssimo pelas medalhas de ouro do Scherer e do Romero!Achei ótimo o futebol ter perdido e não ter ganho ouro. Mostrando mais uma vez que o futebol apesar de ser o esporte mais bem pago no Brasil, não traz medalha nenhuma!Abraço,Leo

  5. Opa, agora vou virar assídua aqui…esse Pan tá uma zona!!! Socorro…e esse ouro do Melija me deu um nó na garganta….junto com o Handebol Masculino, foi a final mais linda que eu presenciei. Valeu muito a pena…e o vôlei, hein?Bjos

Vai comentar ou ficar apenas olhando?

Campos com * são obrigatórios. Relaxe: não vou montar um mailing com seus dados para vender na Praça da República.


*