Por Tina Oiticica Harris, do blog Universo Anárquico
Conheci uma blogueira até que altamente comível em uma festa de Halloween. Meio que estranha e acabou que não deu certo. Não sei se feliz ou infelizmente. Sei que nunca mais assisti aos filmes com bruxas. A Susie tinha obsessão por frases que citassem datas, eventos, enfim: efemérides.
Fazia um blog disso e se dava bem. Sua cabeça para fatos era fenomenal. Seu tato para suas frases ditas infernal.
Já na festa, quando a atração foi mútua, meço 1,55m e ela era a Rainha Malvada, quando lhe disse que meu aniversário era o dia da independência da Argentina, não conteve as palavras que lhe jorravam dos lábios carmim. Poderia tê – la sufocado com beijo.
– Que bom! É o dia da revolução paulista de 1932! Dia do aniversário do Tom Hanks, meu ator predileto.
Dei-lhe um amasso na região glútea. De levinho, para explorar o terreno. Enfática Susie afirmou que o último homem que havia tocado sua região glútea assim, tinha tido uma trombose e só sobrou semente. Abriu o figo que tinha na mão para demonstrar. Desta vez dei-lhe um beijo pra derreter qualquer Loura Gelada. Sossegou durante uns meses. Era terrível com suas datas. Efe*érdica, realmente. E que mania de falar sobre os namorados de outrora…
– Ah, esse beijo me lembrou o Antunes, que tinha…
– Sabe que essa posição me lembra o Carnaval em Floripa? Aliás você tem uma carnadura rija, vem cá, vem, vem…
E Susanne emendava com “Deixa” do Baden e Vinicius, girando seus braços tal Elis nos anos 60. Pelo menos eu me
Sentia um Edu Lobo.
O sexo era ótimo enquanto durou. Um dia, Susanne viu que era o Sete de Setembro, estávamos como sempre a nos balançar agarradinhos. Ela pôs-se de pé e começou a cantar o Hino Nacional.
Não me contive. Juntei-me a ela a cantar. Em uníssono fomos à Décima-Terceira D.P. nus, patrióticos, enquanto Susanne desfilava dados da independência para os patriotas na delegacia.
Fomos parar no Pinel, onde até hoje transamos, eu com raiva da minha liberdade perdida, e ela até hoje mandando suas efemérides para o seu blog. Ao menos aprendi a tapar-lhe a boca a contento de ambos.
Mas isso é segredo para quatro paredes. Não é música isso não?
Enquanto Marmota ainda está respirando os ares muito loucos de Amsterdã, a série Colônia de Férias apresenta textos gentilmente preparados por seus amigos criativos!
Puxa, quem diria que o Tom Hanks era meio paulista… Mais Carlinhos Lyra que Edu Lobo a minha bossa nova… a liberdade é isso mesmo: seja no pinel ou além do horizonte ela é meio paralisante… mas além do horizonte é erasmo e roberto e não baden e vinicius… gosto do tom tb…
muito bacana esse post!
Tina…
Que delicia de paixão..ahahahahah
a Suzy e vc,na Pinel, deve ter sido um caus para os enfermeiros devidamente qualificados…
eu que quem tenho o bagulho,mas o texto doidão é o seu…
dilicia essa colonia do marmota!
Halloween, boas lembranças tenho disso também. Se bem que prefiros abóboras sorrindo pra mim, feito um post idealizado na beira de um lago que quase me afoguei. Tudo bem, engoli muita água, mas o São Paulo tinha sido campeão naquela tarde, azar do pôr-do-sol que mostrava a língua para mim. Sim, glúteos, coisa que meus sobrinhos ainda confundem com glúten, algo que o irmão de meu cunhado não pode comer, coitado. Santificados e vindouros sejam os pinéis orgiásticos. Evoé! Baco! E dane-se que às veszes eu goste de ser assim, tão 10 de setembro. Gostei do texto, claro.
Com todo o respeito, Tina, mas este texto está tão erótico quanto um relatório do banco central. Se a intenção não tem mesmo nada a ver com algo que evoque erotismo, então tudo bem…
“Região glútea” foi a pior expressão que li desde 2001, acho. Só faz sentido num texto da Boa Forma, e olhe lá. 😛
Tuca me deixou em dúvida: o infeliz não pode comer glúteos ou glúten? De qualquer forma, é razão para infelicidade.
Quanto ao pinel, ao bagulho, às abóboras e ao pôr-do-sol sou obrigada a admitir: chuchu, eu sempre prefiro chuchu.