Depois do caderno de esportes, a parte mais divertida de qualquer jornal ainda é aquela meia página da editoria cultural, repleta de pequenas histórias em quadrinhos. Niquel Nausea, Mônica, Aline, Recruta Zero, Mafalda, Snooppy, Garfield, Dilbert... São muitos os autores que dedicam sua vida ao entretenimento reduzido a três, quatro quadrinhos geniais.
Sempre fui admirador, mas sabia das minhas limitações criativas. Não sei desenhar. Mal sei escrever. Felizmente, a tecnologia barateou a tal ponto que a criatividade latente de qualquer indivíduo pode ser canalizada num ambiente democrático o suficiente para permitir uma convivência bacana entre bilhões de páginas, imagens, entre outros bits convertidos em algum significado.
Valendo-se desta autonomia tecnológica, lembrei o quanto adorava mexer no clássico Paintbrush, uma das poucas coisas saudosas do antigo Windows 3.1. Inspirado neste minimalismo bitmápico, passei algumas horas elaborando personagens e programando um sisteminha simples, capaz de colocar esta turma para conversar em quadrículas digitais. Nascia assim o Marmota em Paintbrush.
Imagino que muita gente também gostaria de experimentar essa linguagem fascinante. Por isso decidi compartilhar com vocês a oportunidade de brincar: vá ao ícone "faça a sua tirinha", escolha dois personagens e coloque-os para conversar. Dá para ficar o dia elaborando diálogos e situações. Caso você goste de algum, salve-o no seu computador, envie para os amigos por e-mail, publique em seu blog...
Preparado? Antes, gostaria de apresentar a você quem participa dessa tirinha vagabunda.
Marmota - Alguém tinha que "liderar" essa encrenca. Como a proposta inicial é usá-lo como meu alter-ego, não é difícil elaborar algumas características: gordo, procrastinador, lento, teimoso, ingênuo... Não à toa, viveria tranquilamente num buraco.
Micrinho - É diante dele que boa parte das situações estranhas e complexas pode acontecer, pois pode se relacionar com o mundo a partir de sua interface. Tamanha expectativa diante desse mundo novo o deixou extremamente mal-humorado e ranzinza.
Minduim - Representa a figura do melhor amigo, e talvez por isso empreste parte de suas características originais pensadas por Charles Schulz em 1950: determinado e esperançoso, mas muito inseguro e azarado, tornando-o um "loser" adorável.
Flor - Linda. Cheirosa. Suave. Sensível. Apaixonante. Mas ao mesmo tempo firme, capaz de atravessar as interpéries do tempo. Por essa razão, não dá pra saber se ela espera ser cuidada ou apenas sentir o sabor da chuva e do vento. É como a alma feminina.
Famosão - As novas tecnologias permitiram que um sujeito qualquer, com capacidade mediana, pudesse se destacar diante de um pequeno grupo e fazer algum sucesso. Apesar da maioria ignorar seu rosto e mente, valoriza sua aparência - não à toa, usa uma faixa ao estilo "miss da rua".
Chinês - É o grande sábio, capaz de responder a todas as perguntas e brindar a todos com suas palavras de sabedoria e esperança - obviamente, com o discurso e os pés na realidade do Século 21.
Cone - Um cone? Sim! Quantas vezes você nunca esteve com alguém semelhante a um objeto absolutamente inanimado? Mas nem sempre é uma boa idéia menosprezá-lo: em muitas situações, o melhor a fazer é agir como ele: apenas ouvir, manifestando-se na hora certa, como um bom psicólogo.
Radinho - Claro que é possível acessar toda e qualquer informação disponível a partir do micrinho... Mas em algumas situações, é preciso ver o que a boa e velha mídia broadcasting anda espalhando por aí.
Símbolo - Não que as outras imagens não sejam simbólicas e estejam carregadas de significados... A questão é que, quando elas não são capazes de representar algo, um símbolo alestório poderá tratar de qualquer tema - e sua simbologia.
Pronto para começar? Alguma dúvida? Faltou alguém? Mais sugestões? Críticas? Ou simplesmente quer dar um alô pra mim? O caminho é pelo ícone "fale comigo"...