Estou seguindo as pessoas erradas? Por que será que, durante a semana, vejo essa discussão rolando:
> É muito comum, quando um influenciador faz um vídeo muito popular que toca em assuntos cobertos pela imprensa, que jornalistas se questionem: onde é que estamos errando? Por que nosso conteúdo, que passamos meses e gastamos milhares de reais apurando, possui tão menos visibilidade do que o vídeo de um influencer de 27 anos que nunca dedicou um minuto de sua vida ao jornalismo?
Não foi apenas o Sergio Spagnuolo que levantou essa bola.
Talvez um dos pontos mais calorosos da conversa tenha a ver com isso aqui:
> O Felca faz o rolê dele, do jeito que ele quer, com a linguagem que ele quer. Ele não tem padrões jornalísticos pra seguir, ele não tem que ouvir o contraditório, checar fatos nem discutir pautas à exaustão. Ele não tem editores que vão ler e reler o roteiro dele nem checar suas afirmações. O processo dele não é jornalístico.
Mas o processo relacionado ao vídeo sobre adultização, capaz de furar a bolha, pautar a grande imprensa e virar debate no Congresso, teve em seu processo algo bem mais próximo do Jornalismo em comparação com os perfis de celebridade, os caçadores de clique e outras pragas programáticas.
> O jornalismo precisa se preocupar em chegar ao máximo de pessoas, claro, mas a partir do momento em que começar a se preocupar mais com pageviews do que em "intencionalidade" e "processo", tudo o que vão sobrar são influenciadores.
Concordo. E aqui reside a pergunta-Tostines dessa questão: quem alimenta as plataformas digitais, que sustentam influenciadores e promovem conteúdos que, não necessariamente, geram debate - mas fazem muita espuma?