Ainda não sabemos quem é o campeão do mundo de 2010, mas a Copa de 2014 já pegou no breu. Já temos data e emblema, mas ainda não temos aeroportos, infra-estrutura, aeroportos, estádios reformados e, especialmente, aeroportos. Sem desmerecer nenhuma cidade-sede, até poderíamos ficar com a sensação de “falta muito” em diversas capitais brasileiras. Mas é incrível visualizar isso na cidade mais rica da nação.
Como é possível São Paulo não ter um estádio para receber jogos da Copa do Mundo? Independente das armações políticas nos bastidores, o Blog da Copa apresenta uma breve compilação de opções para analisarmos juntos.
Um detalhe que faz toda a diferença nesse debate: a questão é que São Paulo deseja receber a partida de abertura – e consequentemente manter um palco capaz de receber uma semifinal. O Morumbi, primeira opção, pode até reunir os maiores predicados para tal: bastaria uma reforma de R$ 600 milhões para se adaptar. Aí não sei o quê Juvenal Juvêncio não sei o quê garantias financeiras não sei o quê brigas políticas e foi vetado.
Já sabemos que não há possibilidade de uma reconsideração, mas curiosamente o prefeito Kassab, em visita à África do Sul, dá entrevistas defendendo o uso do Morumbi – carregando na maleta, dizem, o esboço de um projeto pro Piritubão, que além de estádio, terá centro de convenções, parque, entre outras traquitanas num terreno de 5 milhões de metros quadrados. Se for realmente verdade, não soa estranhíssimo defender o indefensável e refutar a solução que, pelo visto, será encampada por meio mundo de olho numa oportunidade de faturar num complexo altamente discutível?
Enfim, pode ser que o Piritubão vire solução em pouco tempo. Mas hoje, trata-se de uma idéia rotulada como “fantasia”. Mesma situação do possível beneficiário indireto na construção desse elefantão branco: o Corinthians, praticamente sem um estádio à altura de seus torcedores há 100 anos. A “fazendinha” não conta; menos ainda as dezenas de projetos, apontando arenas em Cotia, no terreno do Playcenter… Os mais recentes e factíveis colocam o Fielzão (ou “fazendão”, “vicentão”, “timaozão” ou “gambazão”) na zona leste (Guarulhos ou Itaquera), mas podem permanecer no campo das idéias caso a cidade ganhe realmente uma nova arena.
Não fosse a teimosia pelo jogo de abertura e um mínimo de 60 mil lugares, São Paulo estaria muito bem servido. A começar pela Arena Palestra, cuja obra praticamente já começou. A finalização do estádio em Barueri, inaugurado há três anos, também resolveria. O próprio Pacaembu, a exemplo do Maracanã, foi a sede paulista no Mundial em 50 e poderia repetir a dose. No caso dos dos últimos, não tenho certeza se o fato de pertencer às suas prefeituras seriam realmente um obstáculo.
Uma idéia interessante, ventilada pelo jornalista Douglas Nascimento e pelo publicitário Luiz Filho, certamente ficará restrita ao campo das idéias: por que não reformar o Canindé, estádio da Portuguesa, ao invés de erguer um novo? Afinal, o estádio está em uma excelente localização e, com uma intervenção profissional na gestão do clube (ponto fraco não apenas da Lusa, mas da maioria dos times brasileiros), daria conta do recado.
Ah sim, a presença do lendário Conde Rodolfo Crespi no mapinha é uma brincadeira: seria péssimo se a Rua Javari deixasse de ser o melhor lugar para assistirmos a um jogo na cidade. Mas também nos ajuda a responder: será mesmo que São Paulo precisa de mais um estádio?
Pra mim tudo isso dos estádios em sp é máfia para dar realmente o estádio pro Corintians.
Quase explicita mesmo.
Quem mais vai ter dinheiro para manter uma obra destas depois da copa? O Estado?