O que vai ser do nosso Natal?

Existe um lugar que faz a alegria do mundo todo nessa época do ano. Pessoinhas de estatura baixa trabalham com afinco para garantir o fornecimento de presentes e tornar nossas festas ainda mais bacanas. Mas o trabalho destes pequenos foi duramente castigado na semana passada.

Não, não estou falando de Papai Noel e seus assistentes, mas sim dos xing-lings da Paulista, que tiveram uma péssima sexta-feira. Pior: terão fiscalização permanente até o final do ano – justamente quando os orientais vendem mais câmeras digitais, filmadoras, entre outros eletro-eletrônicos a preço de yakisoba.

Os xing-lings da Paulista funcionam nos dias de hoje da mesma forma que a Galeria Pagé em seu auge, no final dos anos 80 – época em que a Erundina afrouxou o cerco ao comércio ambulante e, sem querer, injetou novo ânimo nesse tipo de comércio, digamos, alternativo. A polícia e a Receita Federal sabem que boa parte dessa rede funciona graças à mafiosos chineses e coreanos, que controlam quadrilhas menores e boa parte dos agentes de fiscalização.

Claro que nem toda muamba vem da máfia – ou você acha mesmo que aquela cópia dos dois filhos de Francisco veio “do estrangeiro”? Muitos CDs, DVDs e outros produtos facilmente copiados não vem de tão longe: garagens escondidas nas cidades da Grande São Paulo, por exemplo. Muitas vezes de péssima qualidade, mas que não oferecem escolha diante dos originais, sejam nacionais ou importados. Nos dois casos, a incidência de impostos tornam os preços absurdos.

Se por um lado o povo adora pagar menos no piratão, a indústria nacional paga o pato, reduzindo a produção e o volume de empregos. A única forma de melhorar a situação é “legalizando” a venda proibida, reduzindo imposto de importação, imposto sobre produtos industrializados, imposto sobre circulação de mercadorias e serviços… Em alguns casos, esse volume de impostos chega a quase 60% do valor do produto!

Não quero aqui fazer apologia ao crime de pirataria ou ao contrabando, ainda mais diante da ação rigorosa da Receita Federal – bem que os economistas de plantão podiam mostrar um pouco de eficiência e recalcular algumas. Mas enfim, confesse: vai dizer que não passou pela sua cabeça comprar seu presente de Natal no stand center ou algum genérico?

André Marmota acredita em um futuro com blogs atualizados, livros impressos, videolocadoras, amores sinceros, entre outros anacronismos. Quer saber mais?

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Comentários em blogs: ainda existem? (5)

  1. Oi Marmota! Realmente muito tempo q nao conversamos, né? Bom, as reflexões de final de ano são naturais, fazem parte do nosso processo de crescimento… as vezes me incomoda a sensação de não ter saído do lugar, ou das transformações serem menores do que eu pensava. Mas, fora essa insatisfação boa e temporária, viver é mto bom e temos de agradecer esta dadiva, sempre. Boas festas.

  2. A minha estabilidade financeira deve-se ao fato de eu morar a 400 km de são paulo….rs
    Eu chamo aquele lugar de Disney pra adultos….
    Mas tudo bem, a receita vai ficar lá, compremos então no promocenter hehehehe dá na mesma!
    As minhas últimas aquisições (nova digicam e mp3 pro carro) foram lá!

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