Eu também quero resolver minha vida

Nossa última enquete foi uma verdadeira demonstração de dinamismo e agilidade, características inatas da Internet: quando ela entrou no ar, ainda era 2006. Passou o Natal, o Carnaval… Mudou muita coisa, até o endereço do blog. As coisas todas passavam enquanto eu pensava: “preciso trocar aquela porcaria de enquete”.

Finalmente o dia chegou. Coincidentemente, a resposta preferida de todos os participantes para a pergunta “o que é mais fácil resolver” demonstra algum otimismo diante de um grande desafio: resolver nossa própria vida.

Tudo bem, admito que a pergunta colaborou bastante com a escolha. “A minha vida, e olhe lá”, alternativa que recebeu 72% dos votos, concorreu com problemas bem maiores, que não só estão fora do nosso alcance, mas também parecem dilemas incompreensíveis para quem deveria ao menos agir para solucioná-los.

A começar pela crise aérea. Quando a enquete entrou no ar, embarcar num vôo em qualquer aeroporto brasileiro era um sofrimento, potencializado por reclamações e outras demonstrações de desespero. Em algumas semanas, o problema não acabou, mas diminuiu bastante. Isso pode explicar os 9,6% de votos – foi a segunda opção preferida.

As outras alternativas representam problemas estruturais, que já levariam muito tempo para serem resolvidos caso fossem atacados de maneira séria e organizada. Mas a fome e a miséria (6,4% de votos), a corrupção política e o analfabetismo (cada um com 4,8%), e finalmente a violência urbana (com parcos 2,4%) normalmente são tratados com bravatas e ações pontuais, só para tapar o sol com a peneira.

Não vou entrar aqui na interminável discussão envolvendo cidadãos que não se organizam, não reclamam seus direitos, não exercem seu poder. A questão é que diariamente observamos incêndios a serem apagados, mas muitas vezes não damos conta de acabar com os nossos. E não vou negar: sou mesmo desorganizado, e na maioria das vezes, é do caos que nasce a luz.

Quando a coisa chega a um limite insuportável, é hora de usar soluções mágicas. Cento e duzentos post-its no monitor, software gerenciador de tarefas, palm, celular, agenda, bloquinho… A nova onda é usar ao menos uma dessas traquitanas com o método GTD – Getting Things Done, método de organização de idéias e projetos baseado em listas, prioridades, contextos, que promete total controle para “fazer as coisas acontecerem”.

Não importa o método nem a forma. Tanto para a nossa quanto para os outros, não há solução sem que exista disposição e vontade.

Comentários em blogs: ainda existem? (4)

  1. Minha organização de uma família inteira é sem PDA, post-its no monitor é abuso do monitor. Não uso nada dessas coisas para organizar minha casa e família (ou eu mesma). Para mim mesma uso um caderno e folhas usadas de fax. Na copa temos um calendário de parede, de quadro branco; no máximo uma lista, que me falhou nesta mudandça provisória por causa da descupinização da casa.

    Acredito firmemente e cada vez mais no que era escárnio no Brasil, que organização pode ser aprendida. Não acreditava em behaviorismo, comportamento que se aprende através de estímulo positivo. É o que há. É hábito adquirido, imposto, treinado. Juro que dá certo.

    Abraços

  2. Resolvo tudo com uma caneta bic quatro cores (sim, elas ainda existem!). Anotações no mesmo bloco, e uma cor para cada time de futebol na apuração das matérias.

    Abração!

    PS: Não bastasse minha saída do empreso, minha caneta bic sumiu na redação tem uma semana. Minha vida está virando um inferno, preciso comprar outra caneta!

  3. O que eu tenho a dizer disso: se os problemas persisitirem procure um psicologo. (e não se esqueça de dar preferência a psicologa Marcela Ortolan).

    Acho que, no final das contas, se todos resolvessem as suas vidas provavelmente não teriamos mais violencia, nem fome, nem corrupção, não? Afinal o faminto teria resolvido a sua vida, o corrupto teria resolvido a sua vida (se possivel devolvendo o dinheiro roubado e indo morar no alasca), e os responsáveis pela violência teriam resolvido a vida deles. E nos deixariam em paz. Finalmente – e literalmente!

    Para ler algo sobre “vidas resolvidas”: A Ilha – Aldous Huxley; Walden II – B.F. Skinner.

    Beijos

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