Encontros na onda dos sonhos

Você já deve ter lido por aí notícias como esta, sobre as estratégias de marketing do Playcenter, parque de diversões que completa 30 anos de existência em julho, para reconquistar os paulistanos. O carro chefe do parque neste verão chama-se Waimea, palavra que os surfistas havaianos usam para designar a onda dos sonhos.

Por aqui, Waimea quer dizer “brinquedo de maior sucesso em todo o mundo, agora no Brasil”. Exageros à parte, a atração é realmente bem bacana. Aparentemente, lembra o bom e velho Splash: o carrinho sobe tranquilamente, mas desce rapidamente, de encontro à água. Uma volta, que dura pouco mais de dois minutos – ao contrário do antecessor, que percorria um enorme circuito antes da queda principal.

Mas as diferenças não param aí: o “carrinho” do brinquedo comporta 20 pessoas. Tente imaginar agora o impacto dessa canoa cheia na água, que após descer a rampa chega à 60km/h. Voilá, quer dizer, Waimea (aqui, lê-se “Vai Miá”). Todos a bordo são atingidos por uma onda de cinco metros de altura. Ao sair do brinquedo, você passa por uma ponte que cruza justamente o fim da queda – mais um banho, dependendo da sua posição. Aqui, uma dica: para ficar ensopado de verdade, não fique na mesma linha do percurso, e sim ao lado. E prepare-se.

Só isso já seria suficiente para que a fila permanecesse grande durante o acalorado verão paulistano. Como a capacidade e rotatividade dos barquinhos é grande, não tem como ficar esperando muito tempo. Além disso, em todas as oportunidades que pude andar no Waimea neste último sábado, percebi, ao lado dos meus amigos Estúpidos, que se tratava da fila mais animada do Playcenter.

Em uma dessas oportunidades, eu, Adilson, Narazaki e Pratti (Lello Lopes tem medo de água e ficou fora) ficamos posicionados justamente entre outros dois grupos de amigos. Um deles liderado por um moleque bastante atrevido, cuja pele negra rendeu-lhe apelidos como Lacraia ou Lafond. O outro, mais velho, tinha como balaústre um sujeito de óculos, calvo e barbudo, batizado pelo Lacraia como Bin Laden. As duas facções ficaram trocando provocações durante a fila:

– Olha ali o Bin Laden! Achamos o Bin Laden!
– Olha o respeito, hein Lafon?
– A pipa do Vovô não sobe mais… A pipa…
– Ô Lacraia, se não fosse o seu avô, você não estaria aqui…

Na hora do embarque, caímos justamente na mesma jangada: a turma dos Estúpidos, a do Lacraia e a do Bin Laden. As provocações, ainda que amistosas, continuavam. Enquanto subíamos, tratei de amenizar o clima, cantarolando uma das canções mais conhecidas entre os antigos frequentadores do parque:

– Na Monhtanha… Encantada… É gostoso navegar… E Navegando… Você leva a vida… a Sorrir… E a… Cantar! – pouco antes da queda final, fui perguntado por um dos amigos do Lacraia se a Montanha encantada estava aberta.

Nisso, veio a descida, a onda, a molhação. Finalizamos o percurso gritando juntos alguns impropérios – coisas como “vai tomate cru, filho da truta”. Estava selado um encontro fugaz, mas inesquecível – a síntese da mensagem de confraternização promovida pela onda dos sonhos.

Comentários em blogs: ainda existem? (7)

  1. É e vc tb esqueceu do coro que quase tomou o Playcenter no Evolution…..Ah Adil passei no domingo na frente do parque. Cara como é alto de onde saltamos meu Deus….Mas valeu…Abraços

  2. Pow… não existe mais o banco viking? Não existe mais o teleférico? É… acho que faz tempo que eu não vou no Playcenter… na verdade a última vez foi em 1999… (nossa 4 anos…)Depois do Hopi Hari o Play ficou parecendo aqueles parquinhos que armam na areia da praia grande… heheheheAbraços!

  3. Putz! E pensar que quase fui nesse sábado lá…É que os funcionários do banco onde trabalho entravam na faixa neste dia.Mas teve alguns colegas meus que foram. Quem sabe vc não trombou com alguns deles por lá? rs

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