Fiz minha lição de casa, Cumpadi: me diverti com a matéria de capa deste mês da Revista Exame, assinada por Camila Guimarães e Eduardo Vieira. E não me lembro de nenhuma abordagem ao fenômeno dos blogs, entre reportagens publicadas na imprensa brasileira, de maneira tão direta em relação ao mundo dos negócios – e sem citar, em nenhum momento, a história de “diarinho adolescente”.
O fio condutor da reportagem tem a ver com as características mais evidentes dessa ferramenta: o tom pessoal e coloquial de quem o escreve, a possibilidade de conversar com outros visitantes de maneira direta, e finalmente a liberdade que a web proporciona para que qualquer indivíduo expresse suas pensamentos, espalhando idéias e opiniões com facilidade. A amplitude da “voz da web” já foi testada no Brasil em diversas situações, desde Ruth Lemos até as invenções do Cocadaboa.
Agora imagine o mesmo fenômeno envolvendo uma reclamação a uma empresa ou serviço. Nos EUA, há casos em que problemas de consumidores chegaram à jornais de grande circulação graças aos comentários gerados na blogosfera. Aqui ainda estamos longe de fazer barulho – e, quando algum ruído é percebido, corremos o risco de sumariamente processados por danos morais…
A força da ferramenta no mundo corporativo, no entanto, não está apenas nos comentários alheios. Muitas empresas perceberam que essa é uma forma simples e objetiva para virar assunto entre seus clientes e aproximá-los cada vez mais. Nesse caso, além de informal, atualizado e com portas abertas para críticas e comentários, o blog precisa ser, acima de tudo, autêntico.
A matéria cita o exemplo da Mazda, que contratou uma empresa de publicidade para inventar um consumidor-personagem. Com a farsa desmascarada, a imagem da empresa foi arranhada – questionando, de certa forma, a criação pura e simples de blogs de mentira.
Resumidamente, o texto busca abrir os olhos de executivos e gerentes para o que nós, pessoas comuns, estamos falando em nossos blogs ou nas nossas comunidades preferidas do Orkut. Se desconsiderada, pode virar um problema sério para as empresas. Bem usado, transforma-se numa promissora oportunidade de fixar sua marca e ganhar dinheiro.
A matéria cita ainda um termo que eu desconhecia completamente: marketing de guerrilha, técnicas de vendas que aliam os objetivos de qualquer vendedor à ações ousadas, ágeis e surpreendentes. Uma das agências de publicidade especialistas no assunto, especialmente na Internet, é a Espalhe, que mantém um blog dedicado ao tema. Um de seus funcionários é ninguém menos que Wagner Martins. Ele mesmo, o Mr. Manson, que se especializou em espalhar histórias e gerar discussões na Internet a partir do Cocadaboa. E agora ganha uma grana assim, vejam vocês! A saga de Mr. Manson está no Caderno Link do Estadão.
Porra cara, não conhecia teu blog. Muito bom, parabéns. De vez em quando o “ego surfing” nos traz boas surpresas.
É uma pena que hajam poucos blogs corporativos no Brasil. Parece que o pessoal não acredita muito nisso não.
E tem o blog da Companhia