O que vamos imaginar agora?

Durante séculos, o mundo era apenas analógico, composto por zilhões de cadeias de átomos interligados. De uns anos para cá, boa parte desta matéria palpável se converteu em bits, que circulam livre e rapidamente nesse mundo agora denominado digital.

Quem fez com que eu me desse conta disso, há uns sete anos atrás, foi o norte-americano Nicholas Negroponte, um dos fundadores do Media Lab do MIT e atual diretor do Media Lab Europe. Ele analisa o impacto das novas tecnologias em nossa sociedade no best seller A Vida Digital, lançado em 1995. Mesmo ano, aliás, da matéria de capa da Wired sobre criador e criatura.

Já no final dos anos 70, bem antes mesmo de pregar a transformação radical e inevitável dos átomos por bits, o “professor” Negroponte já percebia que havia algo em comum entre a imprensa, a indústria cultural – cinema, rádio, TV – e a informática – estudos que culminaram no Media Lab. O difícil é juntar tantos elementos e prever o futuro com eles. Negroponte vislumbra, por exemplo, a substituição da televisão, do rádio e do computador por um único “eletrodoméstico”. E nada de broadcasting ou programação unilateral: o usuário vê o que quer, quando quer.

Pois bem. O pesquisador norte-americano esteve recentemente no Brasil e concedeu esta entrevista à repórter Renata Aquino, do site Magnet. Leia atentamente, em especial quando ele fala sobre a “atividade descentralizada, anárquica e criativa dos brasileiros”, o “fim dos fios” e o “uso das cidades para acasalamento no futuro”.

Outras idéias não param de sair da mente brilhante de Negroponte. Muitas delas estapafúrdias, como ilustra esta matéria da Wired, que mostra ainda a falta de recursos de seus laboratórios. Pode parecer mesmo loucura, mas muitas das idéias novas quando executadas – mesmo quando derrubam conceitos fortemente estabelecidos, resultam em mudanças altamente positivas.

Vale a pena continuar imaginando: de repente, o futuro já é agora.

Em tempo: parabéns ao Nicholas Negroponte e a todos os professores pelo dia de hoje.

André Marmota acredita em um futuro com blogs atualizados, livros impressos, videolocadoras, amores sinceros, entre outros anacronismos. Quer saber mais?

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