Pode ser que você não se recorde, mas no último mês de maio, o Google investiu cerca de US$ 4 milhões em uma empresa de biotecnologia – fundada por Anne Wojcicki, que contraiu matrimônio com Sergey Brin, um dos donos do oráculo.
“Onde essa coisa vai parar?”, perguntei na época, imaginando as possibilidades em relacionar um poderoso mecanismo de busca e a genética humana. Fatalmente esta fantástica junção vai acontecer, mas qualquer indivíduo com algum neurônio funcionando sabe: esse é o tipo de coisa que vai levar anos, e não algumas semanas.
Não foi o que eu pensei ao esbarrar com a Época desta semana, com a manchete “Doutor Google” na capa. “Ah, é lógico que estão falando daquela empresa”, pensei. No exato instante que retirei a revista do mostruário para dar aquela folheada, eu havia me transformado em um “paraquedista”, aos moldes de todos os perdidos que caem a todo instante nos rincões da web.
Na verdade, a matéria não tem nada a ver com isso: trata de pacientes que procuram informações médicas na Internet antes de questionar os médicos. O assunto é bacana, e até vale os R$ 7,90. Mas fui claramente enganado – não pela Época, mas pelas minhas referências. Ou vai dizer que a intenção deles era “caçar paraquedistas”? Francamente.
É diferente, por exemplo, do saudoso Notícias Populares, que estampou certa vez: “Trabalhadores não podem investir no Over”, fazendo referência ao “overnight”, antigo fundo de investimento que acabou com o Plano Collor, em 1990. Rendia uns 2% ao dia, compensando as perdas da inflação (o Conrado Navarro não só deve lembrar, como certamente explicaria como funciona). Quem tinha alguma grana ia direto pro over – e aquela manchete com certeza assustou muita gente. Na verdade, o texto do NP, perdido em algum caderno, dizia que o assalariado ganhava uma merreca, que não correspondia ao limite mínimo de aplicação. Blé.
A diferença daquele NP para a Época desta semana ilustra bem a diferença entre um caça-paraquedista meia-boca e um “atirador de elite”. Ou, como definiu a Nospheratt, escrever para leitores ou qualquer visitante. No fim das contas, uma coisa não exclui a outra.
Palmas pra Época?
^^
André, vi seu tópico via assinatura RSS e tive que comentar. Eu comprei a revista pelo mesmo motivo, acredite se quiser. Paraquedismo total. Hummmm, será? Eu hein…
Essa história do Over é bem interessante e é uma ótima idéia para um post no melhor estilo retrô! Vou considerá-la. Aproveito para agradecer pela referência e parabenizá-lo pelo blog. Abração.
Quem é bom de caçar paraquedistas é aquel jornal que tá distribuindo pôsters em que se lê: faz a dança do siri Galvão!
Todos temos os nossos dias de salsinha. Acontece 😉
Assim como o Navarro também caiu, isso é a coisa mais normal do mundo…
ele conseguiram o intuito de você ficar ao menos curioso.
Abração
Eu certamente teria caído. Ainda bem (?) que não passei por nenhuma banca de revista esta semana 😛
Mas André! Tá escrito na capa “o que você ganha e o que você perde ao consultar a internet antes do médico”!! Eita paraquedice doida, sô!!!
André: uma impressão que quero dividir com você: quando vi o logo do para-quedista com um “proibido”, logo imaginei que estava sendo lançada uma campanha “CONTRA PARA-QUEDISTAS”. Se o objetivo é estimular ou representar uma “campanha” a favor de para-quedistas “de elite”, seria interessante usar um alvo ou a retícula de uma mira para tanto. Ou estou viajando?
vc tem toda razao
Se depender de mim o Google vai buscar… Bom, Eles vão entrar por essa seara e compreendo perfeitamente seu equívoco. Eu também me enganaria.
André, pois eu achei genial o cara que “bolou’ a capa.
A chamada foi perfeita e atingiu o alvo!
ou seja, a revista vendeu pra caralho esse fim de semana!
bjos
A capa é demais…. é igual o paraquedas do google em nossos blogs rs
Às vezes, em meu passeio pelos feeds, me lembro do NP. Mas não acho que eles sejam meia-boca. Eles só são contra a convenção de Genebra: abatem os pára-quedistas antes deles colocarem os pés em seus blogs…
😛
abraço
Nossa, mas era só ler o subtítulo da capa que você entenderia do que se tratava.