Se há uma coisa que não costumo fazer com frequência é comprar roupas. Meu ritual básico – escolher uma única loja; separar calças, camisas, meias e roupas íntimas; provar algumas e descartar o que for à prova de gordos; pagar e sair – acontece no máximo duas vezes por ano, durante poucos minutos. Sem essa de passar o dia batendo perna em ruas especializadas ou num shopping center. Também não me importo em passar dias, meses, anos… Com os mesmos panos de sempre.
Esses dias, no entanto, descobri um problema nesse trivial procedimento semestral. Apertei minha agenda e consegui executá-lo em tempo recorde: entrei na loja lá pelas três da tarde, fiz o que precisava fazer e corri para a labuta, às quatro. Foi só colocar os pés no elevador e pegar o celular, para tirá-lo do modo silencioso (padrão em trânsito) e constatar dez chamadas não atendidas.
Uma era da minha casa. As outras nove eram de um número desconhecido. Havia ainda uma mensagem de voz, que ouvi assim que chegava ao meu posto de trabalho: “Oi, é a Gertrudes, vendedora aqui da loja… Mil desculpas, senhor, mas a moça do pacote separou suas cuecas, mas esqueceu de colocá-las na sacola…”. Puxa vida, hein? E a Gertrudes me pareceu tão atenciosa, inclusive entregou minhas compras em mãos e me acompanhou até a porta… Jamais imaginaria que ela pudesse cometer um lapso desses.
Mas não acaba aí. Antes de retornar o telefonema da loja, tratei de acionar a base central e tranquilizar minha mãe. “Meu filho, ligou uma tal de Gertrudes aqui, desesperada, querendo o número do seu celular. Ela não queria me dizer pra quê era, mas logo me contou. Como assim esquecer as cuecas? Só você mesmo, sempre com a cabeça na lua… Imagina que a vendedora chegou a anunciar seu nome no shopping, de tão preocupada!”.
Minha nossa! Então uma atitude simples para ganhar algumas horas fez com que eu perdesse a primeira oportunidade de ouvir algo como “atenção, senhor André, favor procurar com urgência um funcionário deste estabelecimento”. Droga. Preciso começar a sair com pessoas normais e aprender com elas os prazeres da perda de tempo em vitrines e mostruários. Minhas cuecas perdidas no balcão agradeceriam.
André, e se a gertrudes anunciasse que você perdeu as cuecas no shopping?
“Por favor, senhor André, volte a nossa loja pois o senhor esqueceu suas cuecas”… ve-xa-me! hahahahahahaha!
Ai ai… Só você mesmo, sempre com a cabeça na lua…
HAHAHAHAHAHAHHAHAHAHA
estou tendo um ataque!!
imaginei o mesmo que a Luciana! HAHAHAHAH que história maravilhosa!
ah sim, e uma coincidência cósmica: liguei ontem a TV de tarde enquanto curtia incríveis dores nas pernas e no programa de educação da prefeitura passava um documentário sobre marmotas. me pergunte o que quiser, sei tudo sobre o ciclo de vida das marmotas da América do Sul. rss
um beijo
que legal! vou mandar um e-mail para ele. saudade de vc, meu caro. abracao.
Sei como é essa coisa de comprar roupas correndo. Há algumas semanas, fui comprar duas calças e acho que não fiquei nem 20 minutos na loja.
Valeu por ter comentado lá no blog. Aguarde a minha volta…
Oi André, eu adoro levar eu marido comprar roupas. Quando você quiser posso te levar também. Prometo que será indolor. Beijos.
[i]”atenção, senhor André, favor procurar com urgência um funcionário deste estabelecimento”[/i]
Isso me lembrou aquelas chamadas de criança perdida no Mappin: “Atenção, senhor André, suas cuecas o aguardam no balcão de informações do primeiro andar.”
Uma dessas ligações de número desconhecido era eu, tentando te pergntar o que achou do texto que eu te passei, hehehe! ^_^
Porra cara valeu! cheguei em casa depois de um dia mega-foda, fui olhar os últimos destaques do IB e li este teu post fantástico, dei risada sozinho aqui, e bem alto! 🙂
Eita marmta…
ficou lesado/…morri de rir….
bjos
Huaheuaheuhauehauehuahu
=D
Eu também só compro rápido. Passo em frente à vitrine, olho o preço e vou pra casa.
No outro dia volto com o dinheiro, peço meu tamanho e pronto.
=D