O asfalto derrete
O ar nos sufoca
Pessoas com o rosto cansado
Cidade estressada
Pouca esperança
O sol se esconde
Mas o calor continua
E a vida congela
As ruas ficam vazias
Pessoas se escondem
Asfalto, calçadas, bueiros
Lá, longe, um quintal
Olha essa terra…
Essa terra seca!
Seca!
Seca!
Que não dá nem chuchu
Dia 14 de março, além de ser o dia do pi (3.14) é também o dia nacional da poesia.
Esse texto, na verdade, não é meu. Diz-se que um velhinho, com roupa de missa, passava pela avenida Amador Bueno da Veiga numa manhã quente de domingo, desgostoso da vida. Testemunhas dizem que ele ainda abaixou-se lentamente para pegar um torrão de terra desse quintal antes de esfarelá-lo entre os dedos. “Seeeca seeeca seeeca”, entoou o veterano, lírico.
Saudades das tardes no Jardim Popular, Elis.